Arnaldo Abrantes lesionou-se na última transmissão.
Calhou desta vez “a fava” à prestação portuguesa na estafeta de 4x100 metros, não terminando por lesão de Arnaldo Abrantes, numa altura em que o quarteto português lutava por medalha.
Se há dias felizes no atletismo português, o fim destes campeonatos europeus não são de todo os mais felizes. A estafeta portuguesa de 4x100 metros lutava por uma grande prestação na final, na luta também por uma das medalhas e um tempo na casa dos 38,50 segundos. Com as transmissões no limite, assumindo aquilo que tinham declarado após a primeira ronda: assumir o risco.
O limite foi hoje alcançado, levando Arnaldo Abrantes ao seu próprio limite, o limite que o vitimizou, na última transmissão da equipa portuguesa. Yazaldes Nascimento estava a menos de 5 metros e tudo parecia correr bem, não fosse o atleta desacelerar, agarrando-se à perna e a já não conseguir transmitir a Yazaldes Nascimento. ”Foi um momento triste para nós, mas estas coisas acontecem”, considerou Francis Obikwelu, otimista com o regresso rápido do português aos treinos. Obikwelu esclareceu a sua intenção de continuar ligado à equipa nacional de estafeta na próxima temporada, para ”ajudar o nosso país, se a seleção precisar de mim”. Menos otimista estava Yazaldes Nascimento, colega de treino de Arnaldo Abrantes, que garante não se ter apercebido logo o que se tinha passado. ”Ouvi a voz dele um bocado longe, pus a mão atrás e não voltei a ver o Arnaldo”, esclareceu Yazaldes Nascimento, a quem o testemunho que estava na mão de Arnaldo Abrantes iria ser entregue. ”Nós passamos muitas coisas juntos”, esclareceu triste o velocista português, que depositava esperanças nesta estafeta, porque ”a medalha era possível”. Não tendo dúvidas de que Arnaldo Abrantes ”deve estar mais frustrado do que nós, neste momento”, o atleta também acredita no início de um novo ciclo, na preparação da estafeta portuguesa rumo aos Jogos Olímpicos de 2016.
A prova acabaria vencida pela Grã-Bretanha, que deu hoje um salto qualitativo nas medalhas, para uma vitória por medalhas, que ultrapassou claramente os restantes países. O tempo dos britânicos igualou a liderança europeia do ano, com 37,93 segundos, contra os 38,09 segundos da Alemanha e os 38,47 segundos da França, que deixaram a seleção suiça no quarto lugar, com 38,56 segundos.
RESULTADOS (4X100 metros Masc. – Final):
1. Grã-Bretanha – 37,93
2. Alemanha – 38,09
3. França – 38,47
(...)
Portugal - desistente
Enviados Especiais: Edgar Barreira (texto) e Filipe Oliveira (fotos)
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